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terça-feira, 29 de abril de 2014

NU EM FUGA

O evangelho de Marcos registra um fato inusitado com um jovem quando Jesus foi traído e preso de madrugada no jardim do Getsêmani. Diz o texto - 14: 51, 52: “Seguia-o um jovem, coberto unicamente com um lençol, e lançaram lhe a mão. Mas ele, largando o lençol, fugiu desnudo.” Inadequado ao momento, este rapaz largou a única coisa que o cobria para fugir quando tentaram prendê-lo,  mas passou por um vexame sem igual. E nós? De alguma forma estamos inadequados em situações que podem nos surpreender? Expor ao ridículo? O que nos ensina essa situação embaraçosa? 

Por certo, de forma repentina, em saber do episódio da prisão do Messiassaiu o jovem com rapidez do seu lugar íntimo envolto somente com um simples lençol. Por curiosidade e pressa foi desprevenido e acabou sendo pego de surpresa, passou um grande aperto por ter sua nudez esposta. Não é por ser jovem, ou por ter pressa e curiosidade que as ações devem ser imprudentes, imaturas.  Maturidade e prudência não tem haver com idade ou ocasião, mas com sabedoria e bom censo. Medo, covardia e despreparo são um pior tipo de nudez que pode nos humilhar. 

Algo semelhante aconteceu com Adão depois de desobedecer a Deus. O Pai o procura e o acha escondido entre as árvores vestido com folhas. Adão responde: “Escondi-me porque estava nu, e tive medo”. Nudez, fuga e medo são frutos do covarde e despreparado. 

O discípulo de Cristo não pode agir de maneira tola, desprotegida, envoltos somente num “lençolQual nossa vestimenta para o labutar do dia a dia? Estamos preparados para uma repentina perseguição noturna? Qual nosso traje diante do Senhor dos Exércitos? Efésios 6 nos fala para tomarmos a armadura de Deus: o escudo da fé; o capacete da salvação; a espada do Espírito; os lombos cingidos com a verdade; a couraça da justiça etc. O amor ao mundo, ao pecado, o egoísmo, a falta de busca do Reino revela uma vestimenta frágil que não livrará da vergonha da fuga e nudez. O dia mau certamente virá e pode nos surpreender. 

Como Soldados de Cristo, temos que ser prudentes, vigilantes, sóbrios. Estar bem vestidos e preparados. Não sabemos o que nos aguarda, principalmente nas longas e obscuras madrugadas. Existem muitos "Judas por aí, macumunados com soldados da escuridão a nossa espreita, maquinando conspirações pelo simples fato de sermos de quem somos. Satanás espera pacientemente por um momento de descuido e fragilidade para “lançar a mão”, e nos expor a ignomíniaA boa vestimenta nos protegerá de qualquer embaraço. Nos protegerá de estarmos desesperados como esse pobre discípulo, nu em fuga. 

2 comentários:

  1. "... Existem pessoas que, apesar de muita idade não demostram maturidade. Para seguir Jesus, não podemos fazê-lo de maneira tola, desprotegida, despreparada, envoltos unicamente em um “lençol”. Como estamos vestidos para o labutar do dia a dia? Para uma inesperada batalha noturna? Qual o nosso traje diante do Senhor do Exércitos, o Todo-Poderoso?"

    Li seu texto e me lembrei de um sujeito de pouca instrução, porém de farto conhecimento da lide no campo e perspicaz para perceber ---- ouvira pregadores fazer a mesma coisa --- que diante de um texto pode-se aboletar qualquer coisa que redunde em benefício para a plateia, pouco importando se se ofende ou não ao texto bíblico ou se seu autor originário, no caso do exemplo que contarei, fosse Mateus e o texto canônico. Poderia ser uma analogia espúria aplicada a uma poesia de Carlos Drummond de Andrade. Portanto, não necessariamente apenas aplicado à bíblia. Aliás, ULTIMATO está cheio de artigos desse tipo de leviandade textual. A maioria ali pouco se dá para analisar o quanto se escreve mal sobre textos bíblicos.

    Na primeira oportunidade que o nosso pregador rude e do grotão teve, pregou sobre a ENTRADA TRIUNFAL DE JESUS EM JERUSALÉM, o famoso domingo de ramos (Mateus 21), destacando as virtudes de um jumento.

    * Insistiu na mansidão do jumento,
    * destacou a capacidade de carga,
    * indicou que ele não precisa comer muito nem beber muito,
    * sua estatura está ao alcance até de uma criança,
    * raramente indócil,
    * está sempre pronto em atender a seu patrão.

    Assim o crente, declarou, sem ofender, claro, posto que se estava lá no texto, o pregador poderia usar como melhor lhe aprouvesse para atingir a platéia carente de uma 'palavra' de conforto.

    A ele só faltou dizer que deveríamos ser como jumentos, evidentemente quanto ao espírito deste asinino e não na forma. Certamente muitos escandalizariam com uma construção alegórica como essa. Mas é o que mais se faz. Aqui o escândalo foi por conta da ideia de jumento versus virtudes.

    A sua, sobre “lençol”, e a observação de que "...Para seguir Jesus, não podemos fazê-lo de maneira tola, desprotegida, despreparada, envoltos unicamente em um “lençol”..." não foge muito ao padrão, aliás, não foge em nada ao mesmo princípio que o sujeito lá apensou ao texto bíblico: ambos tomaram uma ideia, aproveitaram para fazer alguma ilação, e saíram-se com alguma utilidade ou desafio prático.

    Aquele fora de jegue e suas virtudes asininas, seu texto foi de lençol como um forro muito frágil quando dever-se-ia impor uma armadura. Ambos fizeram pouco caso do texto.

    Eduardo
    Natal/RN

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  2. Um desafio:
    1 - Já que é um "texto bíblico", sagrado, faz melhor. Qual a aplicação desse texto na vida prática? Aposto que nem o conhecia. kkk. "Pouco caso do texto..."
    2 - Acertou em cheio, sou escritor na ultimato. Publiquei este artigo lá estes dias. Vai lá e deixa esse mesmo comentário. Aliás, pega mais sutilmente se não num vai ser nem aceito.

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