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quarta-feira, 27 de junho de 2012


“Pecadinho, pecadão”
AlbanísioRibeiro
Muitos são os clichês evangélicos espalhados por aí em forma de verdade, mas quando mergulhados à luz da Palavra, os observamos de forma cristalina, e percebemos o quanto temos de mitos populares em nosso meio. Diz-se que “Não existe pecadinho nem pecadão”. Mas será isso mesmo? O pecado não é mensurável? Um crime do tipo hediondo pode se equiparar a não cumprir com a palavra, ou furar uma fila?  “A voz do povo é a voz de Deus”, perigoso isso.
Quando ouço esse jargão: “Não existe pecadinho nem pecadão”, tento considerar o que se quer dizer: Independente do tipo de pecado, pecado é pecado; uma transgressão da lei; algo que afasta o homem de Deus e o conduz a perdição. Dá até para relevar se o espírito for esse mesmo. O problema é que essa coisa distorcida nos leva a um erro teológico perigoso. Não podemos achar que não existe diferença entre pecados quanto sua gravidade, consequência, e punição.
No próprio Direito, o pecado, que significa transgredir leis (1 Jo 3: 4), crime, ato infracional, tem diferenciação. Os crimes hediondos são os mais graves, e com repercussão social extrema, e tem que ser julgados e penalizados com o maior rigor lei. Da mesma forma também existe crimes mais brandos, com consequência menores, mas que não deixam de ser infração do mesmo jeito. A Bíblia é um livro de Direito.
Na ocasião de seu julgamento (Jo 19), Jesus falou para Pilatos que Judas tinha maior pecado do que ele por o haver traído. Pilatos, o juiz, tinha que ter soltado Jesus por que viu que era tudo uma armação invejosa dos judeus. Ele acovardou-se diante da pressão e o sentenciou a crucificação. O pecado de Judas era então maior: “Aquele que me entregou a ti maior pecado tem.” Fica evidente que existe diferença entre pecado, e a Lei Mosaica sistematiza o assunto também.
Pecado é sempre pecado, mas tem o que poderia ser chamado "hediondo" na esfera espiritual: A blasfêmia contra o Espírito Santo. Esse não há perdão. “Portanto vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoarão aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada.” Mt 12: 31. Apesar da controvérsia, em via de regra, creio que só quem pode pecar dessa forma é o próprio crente, por que é ele quem se relaciona com o Espírito Santo, e só assim pode fazê-lo. Por isso é tão séria essa blasfêmia.
Como conclusão, vale relembrar: Aquele, pois, que pensa estar em pé, cuide para que não caia. Não veio sobre vós tentação, senão humana. E fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar. 1 Co 10: 12,13.

terça-feira, 5 de junho de 2012


 CUMPLICIDADE CONJUGAL
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... E serão os dois uma só carne.
                                                                                                                     
ALBANÍSIO RIBEIRO

Deus, depois de gerar a mulher através de Adão, de constituir a família com o primeiro casal, estabelece um princípio universal - acultural e atemporal – para o matrimônio: uma só carne - Gn 2:24. Essa metáfora nos remete a conjecturarmos muitos aspectos da interdependência no casamento. O Criador, aqui, constitui um grande fundamento no matrimônio, uma lei magna, e como toda lei é para benefício do homem, se a cumprirmos vamos desfrutar de incontáveis benesses. A execução deste estatuto é essencial para o correto funcionamento do relacionamento conjugal, que reflete para uma família feliz e uma sociedade melhor.
Todos os decretos de Deus, a pesar de não conhecermos sempre os porquês, são bons e perfeitos. Uma só carne nos faz refletir sobre unidade, coesão, união, etc. Homem e mulher, que através de um acordo, comprometem-se caminhar numa mesma direção e propósito até o fim de suas vidas. É como corpo e espírito, vivem e sobrevivem em interdependência, de fato são uma só coisa, o ser.
 Muitos não seguem, e nem conhecem o princípio da cumplicidade, separam-se em bifurcações que os distanciam cada vez mais, e em desacordo com o projeto vão colher o que plantaram: discórdia, incompatibilidade, perda da qualidade de vida, culminando num possível racha. Todo esse mal irradia e maltrata quem os circunda. Quando se vive a cumplicidade, ápice da comunhão, a vida corre como um rio perene.   Compartilhar os ideais, as dores, a simplicidade do dia a dia, as finanças como uma só, tudo isso com o foco de que se trata de "uma só pessoa", isso sim é entender e obedecer a essa orientação do Éden. Acerta-se no alvo.
Deus estabeleceu a forma, e sua ação, sua presença, se torna eficaz quando encontra uma terra preparada, fértil. Quando o casal vive nessa sabedoria, compartilhando a caminhada, naturalmente as coisas vão melhor. Espiritualmente falando então, o Espírito Santo regozija-se muitíssimo e derrama suas bênçãos. Coisas que estariam em oculto, por haver unidade, são manifestas parte a um, parte a outro, até completar-se mutuamente.
Esse princípio tem que acontecer em todos os tipos de convivência. Na família e na igreja é um critério ímpar exigido pelo Pai. Ninguém vive sem depender do outro, não somos uma ilha. O Espírito de Deus realiza o seu querer na comunidade, mas através de cada um. Uns de uma forma, outros de outra. Mas sempre haverá essa interdependência. O salmo 133 diz o quanto é precioso a união para que ali seja derramada a bênção e a vida. Esta verdade pode funcionar numa empresa, escola, comunidade, etc., qualquer ambiente onde haja vivência humana.
Tentei eximir-se, mas não tem como. Falando de causa própria, tenho vivido essa realidade com minha esposa. Costumeiramente, temos sempre o nosso tempinho de compartilhar o cotidiano. Sobretudo, temos momentos mais específicos tratando assuntos diversos: vida espiritual, sexualidade, atualidade, Deus e muito mais. Se não transitarmos no mundo do outro, nos distanciamos. É incrível como o Espirito se alegra quando vivemos assim, e de repente, do nada, Ele traz revelações profundas e fortalece nossas almas e razão. Sou grato pela vida de Edilane, ela é um canal de ensinamento. Aprendo e dependo muito dela. Esse mesmo artigo, diria que foi gerado nessa cumplicidade conjugal.