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terça-feira, 19 de abril de 2011

BUSCA E CONFLITOS

“Alguns dias depois entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que estava em casa. Logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos lugares junto à porta cabiam, e anunciavam-lhes a palavra. Vieram ter com ele conduzindo um paralítico, trazido por quatro homens e, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o doente. Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados. Estavam ali assentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seus corações: Por que profere este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? Jesus, conhecendo logo em seu espírito que arrazoavam entre si, lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vossos corações? Qual é o mais fácil, dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados , ou dizer-lhe: Levanta, toma o teu leito, e anda? Ora, para que saibais que o filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados(disse ao paralítico): A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para a tua casa. Ele se levantou e, tomando logo o leito, saiu na presença de todos, de sorte que todos se admiravam e glorificavam a Deus, dizendo: NUNCA VIMOS TAL COISA!”

É de perfeita aceitação que não vivemos em mundo de maravilhas ou até mesmo perto disso. Do nascimento até a morte, o ser humano vive em constante batalha, não só para viver, ou viver com o mínimo de dignidade, mas para sobreviver. Desde a terrível e grande disputa entre os espermatozóides na fecundação, passando pela gestação, parto, primeira infância(“fase suicida”), etc., o homem busca permanecer vivo em um ambiente que morte é algo do cotidiano. Busca saúde, onde são intermináveis a quantidade de moléstias que atingem o único ser criado por Deus que tem noção de moralidade em si e pode pecar. Busca realização própria em um ambiente muitas vezes hostil. Simplesmente viver não é nada fácil. Este texto nos fala de um homem paralítico e sua busca e conflitos para alcançar a tão almejada graça de Deus através de seu Filho amado, Jesus.
O primeiro conflito que identificamos neste homem é em torno de si mesmo, sua impossibilidade de locomoção de forma autônoma, sem que ninguém o carregue ou lhe dirija o caminho. A perda da autonomia, a dependência dos outros prá praticamente tudo, massacra com a nossa auto estima. Fomos criados por Deus como seres únicos, livres, com uma dose de auto suficiência, vontade própria, desejos de realizações. No percurso da vida, muitos podem ser os males que possam nos atingir. Dependendo do que nos possa acontecer de ruim, provocando assim debilidades no nosso potencial de desenvolvimento, maiores serão as barreiras a serem transpassadas. Muitos se acomodam, se adequam a mediocridade, poucos, não se conformam e ultrapassam seus limites. Ainda outros, além de se esforçarem ao máximo, buscam o sobre natural de Deus, o tão cobiçado milagre, o favor do Senhor.
Este homem paralítico, que não sabemos o nome, mas o que importou para o autor do registro é a sua atitude, nos dá um exemplo de perseverança e aproveitamento de oportunidade. Ouve-se a respeito de Jesus, o possível Messias. Sabe-se que Ele está em sua casa, na cidade de Cafarnaum. O nosso protagonista sabe muito bem de suas impossibilidades, mas exerce fé e vai atrás do Senhor das possibilidades.
Este tipo de enfermidade, paralisia, é algo que estagna, não só a locomoção, mas a capacidade de querer construir algo na vida. No fundo, o homem tem um sério e curioso questionamento a respeito de o por quê que Deus permite essas doenças. Será consequência de pecado? E quem pecou? É uma maldição hereditária? Jesus mesmo, em João 9:2, foi questionado a esse respeito. A resposta foi simplesmente que “essa enfermidade é para manifestar a glória de Deus”. Resposta não fácil de se entender, o que fica claro é que é uma oportunidade para exaltar o nome de Deus. Independente de qualquer coisa, o nosso personagem perseverou na busca, independente de seus obstáculos, de forma brava.
Ele não deixa uma oportunidade de ouro como essa passar. Arregimenta, não apenas um, ou dois, mas quatro homens, e homens de fé e força para o transportarem, enfrentando uma grande multidão até o mestre. Para fazer o que estes homens se propuseram fazer, nota-se que houve uma influência de fé, a fé do paralítico em crer que era possível passar todas as barreiras e alcançar o Mestre Jesus.
A paralisia deste homem era literal. Não se sabe se era de nascença. Existe muitas outras coisas na vida que também podem nos paralisar. As vezes estamos com o corpo perfeito, uma total mobilidade física, mental, social, mas no interior alguns conflitos podem estar estagnando nossa caminhada. Primeiro temos que reconhecer este tipo de imobilidade, de paralisia, que por não ser palpável, física, se torna mais difícil de admitirmos para nós e para os outros. Segundo, buscar-mos, com todas as forças de nossa fé a resposta em Deus, mas para isso precisamos nos tornar como crianças dependentes do Pai, humildes, simples, e carentes. E terceiro, precisamos deixar o orgulho de lado e admitir que precisamos de pessoas para nos auxiliar e correr atrás.
Na vida, e em situações peculiares, precisamos de pessoas certas na hora certa. A situação ímpar era ter o autor da vida estando por perto e com o coração pronto para manifestar a sua glória em favor de se revelar que era o verdadeiro Messias. Ele tinha, ao seu lado, quatro homens que eram o que precisava para varar a multidão e estar diante de Jesus. Não era nada fácil. O texto mesmo nos diz que a multidão tomou a casa e que não dava para chegar nem na porta por conta do aglomerado. Estes homens não desistiram, subiram na casa e fizeram um buraco no teto. Olhe só que audácia: fazer um buraco no teto da casa de Jesus! Deus ama os audaciosos (“mas o meu justo viverá da fé. E se ele recuar a minha alma não tem prazer nele.”Hebreus 10:38). Estes homens usaram de todos os recursos que tinham: força, inteligência, habilidade, audácia e correr o risco de ser mal interpretado. Mas tudo isso mostrou um grande passo de fé, que impressionou o próprio Jesus, redundando em uma manifestação, não somente de milagre, mas que Jesus aproveitou para autenticar sua autoridade dada pelo Pai até para perdoar pecados, e que realmente é o Emanuel, Deus conosco. “...Quem pode perdoar pecados senão Deus?”
Na sua busca, identificamos outro obstáculo a ser vencido: batalhou para ter sua restauração física e Jesus diz que seus pecados estão perdoados! Uma verdadeira crise no seu propósito. Jesus, o mestre dos mestre, com o seu comportamento às vezes irônico, hilário, contraditório, inteligentíssimo, colocava, aqueles que se aproximava dele, para refletir profundamente. Muitas vezes só era entendido muito tempo depois(“tu compreenderás depois...”) Inúmeras são as passagens em que Jesus deixa as pessoas num grande constrangimento filosófico. No nosso caso, a mensagem para o paralítico, se ele entendeu na hora ou não, é o que é o mais importante para o homem, a cura espiritual. Jesus quer perdoar os nossos pecados, que nos paralisam na estrada que nos leva em direção a Deus.
Sorte, vamos chamar assim a presença de hipócritas religiosos, os escribas, que proporcionavam ao homem paralítico a obtenção de seu sucesso em sua busca. Jesus, como um bom Judeu, conhecedor da Lei, sabia muito bem do peso do que iria falar, “perdoados estão os teus pecados”. Sabia que iria causar um escândalo para os escribas. È bem claro entender, quando Ele fala: “Qual é o mais fácil dizer: Perdoados estão os teus pecados, ou, levanta-te e anda?” Proferir qualquer palavra ao vento qualquer um profere, e tem muitos que são muito bom nisso. O resultado de perdão de pecados não é tão simples de se perceber. De visualizar. O difícil mesmo é uma cura física como essa. Isso prova a autenticidade do Messias. Temos que buscar um equilibrio entre palavras e ação. Filosofia e praticidade. As duas coisas tem que andar juntas. Nesse novo obstácu-lo, nessa batalha filosófica-religiosa judaica, com um enorme público de curiosos, quem se deu muito bem foi o paralítico. Jesus desafiou a si mesmo em contra partida aos escribas e curou o cego. Difícil de ver uma richa religiosa terminar assim. Benção pura.
“Levanta-te, tomo o teu leito e vai para a tua casa”. Ao final de uma corrida com obstáculos, ver já bem perto o final da prova e obtendo a vitória, todo e qualquer obstáculo final se torna fácil e prazeroso. Levantar-se, pegar a cama e ir para casa, tudo de bom.
Vale a pena lutar, crer, contar com ajuda, passar por crises existenciais, emocionais, religiosas,etc. A Bíblia nos diz para termos como motivo de grande gozo o passar por tribulações(Tg 1:2). Esta sugestão é algo difícil de se digerir. Sofrer, sofrer e sofrer, e se alegrar? Esse gozo que a Palavra nos ensina, e que vemos neste texto está sempre no final da batalha. Na premiação. Na cura. Nos preparemos para as batalhas com grande afinco. Batalhemos com o máximo de nossas forças. E em meio a isso tudo o nosso foco deve ser sempre o lugar mais alto do pódio. A libertação e cura do nosso corpo, alma e espírito. Jesus quer arrancar de nós toda a nossa paralisia e exaltar o nome de Deus através da cura. Corra a sua corrida e vença todos os teus conflitos.
O nosso personagem é um homem debilitado fisicamente sendo transportado em um leito pela compaixão dos outros. Mas consigo visualiza-lo de forma diferente. Imaginemos ele como um grande corredor saltando com todas as forças sua última barreira para vencer a prova. Imagine também como será a vida desse homem que agora tem suas habilidades restauradas. Que grande corredor será. Haja maratonas!
Que você seja valente e vença suas maratonas e, ao final, o povo diga, para glória de Deus,: “NUNCA VIMOS TAL COISA”

quinta-feira, 14 de abril de 2011

TEMPO DE CRER

TEMPO DE CRER


“O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho” Mc 1:15


Existe momentos cruciais em nossas vidas, momentos que são marcantes. Nesses tempos somos convidados, ou convocados, a mudar, a alçar novas conquistas, a ultrapassar novas barreiras, a entrar em novos patamares em nossa existência. Seja na entrada de uma simples adolescência, que não é tão simples assim, para cada momento sua peculariedade, seja no se tornar um jovem, ou um adulto, entrar em um matrimônio e constituir ou construir um novo núcleo familiar. A vida é um oceano de desafios, e temos que responder no tempo e na forma correta para não atrasarmos o contínuo crescimento exigido pela lei natural da vida e da sabedoria. O convite, a convocação, que aqui se faz agora é vinda dos altos céus. Deus quer nos ver em lugares sublimes, de sucesso, que busquem se aproximar dos valores do seu reino, e que no final se desfrute da sua própria presença. É “TEMPO DE CRER”. É agora! Chegou o momento. O chamado penetra por todos os sentidos, ecoa pelo mundo à fora. Nos céus há um convite estampado, como um grande outdoor divulgando o chamado à vida.


À “voz do que clama no deserto”(Is 40:3), de João Batista, o que veio preparar o caminho do Senhor, se cumpriu e sai de cena, é chegado o tempo do Messias, Jesus, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, mas a mensagem continua a mesma: “arrependei-vos, pois está próximo o reino dos céus”(Mt 3:2, 4:17). Desta forma, com a repetição, Jesus autentica a mensagem de João, a mensagem do reino. João preparou o caminho, Jesus cumpriu sua missão e o tempo agora é o nosso. A voz profética em nosso tempo ecoa, nos chamando. Qual tem sido a nossa resposta? Qual tem sido a nossa reação? Se passiva, sem reação, se torna uma omissão, uma negativa à chamada divina. Somos responsáveis pelas nossas atitudes e um dia seremos todos cobrados por elas. “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo”, esta palavra nos indicam duas coisas: tempo e espaço.


Em Hebreus capítulo quatro se fala que o tempo de Deus é “O dia que se chama Hoje”. A vida do homem é tão curta, Setenta ou oitenta anos, e o que passa disso é “cançasso e fadiga”. compare este tempo diante da eternidade? Não chega a ser nem uma simples fagulha! Também em Hebreus, 9:27, diz que “para o homem está ordenado morrer uma só vez e depois disso segue-se o juízo”. A vida do homem é um curto “hoje”, como “um vapor de fumaça”. Realmente o tempo para o homem está cumprido, a decisão pela vida oferecida por Deus é agora, já! Quem garante um só dia de vida a mais em seu percurso escasso e duro nesta vida?


O tempo praticamente é desconsiderável, e o espaço então nem se fala. Quando Jesus cumpriu sua missão o reino de Deus se estabeleceu, “está próximo”, e presente está até hoje. O Reino do Filho do seu amor não é visível e nem palpável, mas está próximo demais, está por fora, por dentro, em cima, em baixo, em todos os lugares. Não há como desdenhar, não ver, ficar distante. A ações do Reino são latentes não só aos olhos físicos, mas também aos espirituais. Existe uma conspiração estabelecida, existem súditos, leis, reinado e rei. Não é como uma nação comum, mas existe, e isso, apesar de ser temporal, e passageiro, é permitido por Deus para que se manifestem os filhos da luz e os filhos das trevas. Apesar de tudo, de toda a conspiração secreta, o homem não terá desculpas diante do grande juízo. Como diz em Romanos: “os atributos de Deus são INESCUSÁVEIS”.

Tempo e espaço já se foram, temos que se arrepender e crer no evangelho. O arrependimento é a base na pregação feita não somente por João Batista e Jesus mas por todos os apóstolos e os profetas do A.T. Para crer precisa primeiro se arrepender. Arrepender dos pecados, do mau cometido, das leis divinas que foram quebradas. Não há como crer e continuar crendo se não houver o arrependimento. O arrependimento é exigência, fundamento, porta para entrar no Reino, requisito indispensável para crer. Caminham juntos. Se reconhecendo e se arrependendo estamos aptos para entrar no Reino pela fé que há em Jesus Cristo.


O crer em Jesus não é simplesmente acreditar. Acreditar por acreditar todos acreditam, até o Diabo crer e “estremesse”. Muitos acreditam, poucos são os que se submetem. Crer é se submeter, entrar no senhorio de Jesus, vir a ser um súdito do Reino, deixar de lado o comando do Eu. Não é a toa que “ é necessário nascer de novo”, “ ser igual a uma criança... a elas pertence o Reino de Deus”.


Quando chega o tempo correto, os jovens são chamados ao alistamento militar, aliás, são convocados. Não pense que no Reino de Deus não é a mesma coisa. Todos somos obrigados a entrar no seu Reino. Não tem como escapar. Não existe excesso de contingente. Não há outra opção a seguir. Se recusarmos seremos julgados e eternamente afastados pela nossa própria decisão de não obediência. Apesar de ser uma obrigação de todo homem seguir o caminho do bem, Deus nos atrai com cordas de amor, nos chama com um convite especial, um convite gravado com sangue. O sangue de seu próprio Filho derramado na cruz.


CREIA!!