Como seres humanos somos interdependentes e
necessitamos de relacionamentos. Assim nos agrupamos em família, com os
colegas, amigos, vizinhança etc. Os amigos escolhemos, e temos alguns poucos
especiais, de muita afinidade e compartilhamos intimidades. O homem também se
relaciona com Deus apesar de toda sua transcendência, e de igual forma existem
níveis de envolvimento, e o sucesso dessa busca depende de nós. Deus está
inteiramente disponível.
A Bíblia relata sobre três irmãos, Marta, Maria e
Lázaro, que tiveram uma proximidade diferenciada com Cristo. Algumas passagens
nos falam que o Salvador os “amava”, e Ele por vezes se recolheu na casa deles
em Betânia, um simples vilarejo, mas encontrava ali refrigério. Identificamos
nestes personagens diferentes níveis de relacionamento com o Senhor. A luz
destes irmãos, analisemos nossa vida com Deus.
Começando por MARTA,
descobrimos nos evangelhos que esta discípula tinha como ponto forte o serviço.
Servir é bom, essencial, mas não é tudo e nem o principal. Em Lucas 10.41
Jesus a repreende: “Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas
coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma coisa só; Maria escolheu a
boa parte, e esta não lhe será tirada.”
Naturalmente todos temos um lado Marta, um lado
serviço, e temos que servir a Deus e ao próximo. Mas o problema é o excesso, o
ativismo em detrimento da adoração. O Senhor da obra é maior que a obra do
Senhor. Não podemos inverter prioridades, ou supervalorizar a seara do Senhor e
a força do homem que gera inquietação e fracasso. Em Isaías 30.15 diz: “No
sossego e na confiança está a vossa força.” Deus é o nosso grande projeto.
O segundo irmão, LÁZARO,
foi o amigo amado de Cristo. Na ocasião de sua morte prematura, Jesus foi
ressuscitá-lo mesmo já sepultado há quatro dias. Por um grande amigo, Ele
operou um de seus maiores milagres que foi a gota d’água na inveja de seus
perseguidores culminando em sua crucificação. Neste advento, foi também o único
registro de lágrimas do Salvador por um amigo: “Jesus chorou.” Ele quer
encontrar “Lázaros” em nós. “Disse Jesus: Já não vos chamo mais de servos, mas
amigos.” João 15.15.
MARIA, a última irmã, foi a que
escolheu a melhor parte: prostrar-se em adoração aos pés de Cristo; usufruir de
sua pessoa, presença e conhecimento. Isso despertou inveja dos inquietos e autossuficientes.
Tanto Marta, quanto Judas e os líderes religiosos ficaram incomodados com suas
“loucas” atitudes de adoração. Ficar em estado de contemplação aos pés de
Cristo irrita os ocupados. Imagine quebrar um vaso de alabastro valiosíssimo e ungir
o mestre como um ato profético de sua morte e enxugar-lhe com os cabelos. Um
escândalo! Essa mulher é exemplo de amor e adoração.
Ser adorador como estilo de vida é o perfil mais
precioso a ser forjado na alma. É atrair o coração e o olhos do Pai. É
compreender que SER é maior do que FAZER ou TER. É o caminho da excelência. É a
chave que abre todas as portas da vida. Por almejar a presença de Deus mais do
que tudo, o adorador é mais que um servo, é mais que um amigo, ele torna-se um
com Cristo. Funde-se em outra dimensão e mistério com o Criador. É o que Jesus ensina
em João 17.21: ”Assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que eles sejam um
em nós.”
“Uma coisa só”, a melhor parte, te espera. Busque-a!
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