Diligência ao cumprir à vontade de Deus é um ato de sabedoria e amor
para com o Reino e para o nosso próprio bem. A obediência tem que ser bem
observada para que seja cumprida na íntegra, por completa. Temos no livro de I
Reis 13 o caso de um homem de Deus, não citado o nome, que não obedeceu
integralmente à ordem específica de levar uma mensagem de repreensão ao rei Jeroboão.
O foco central da mensagem foi cumprido, mas ele pecou nos detalhes finais. Obediência
parcial não é obediência. Aqui é chamada de rebeldia, e as consequências são
desastrosas para aqueles que desdenham de minúcias. Eis uma forte lição dessa
triste história de um anônimo e displicente servo do Senhor.
A nação de Israel acaba de ser dividida,
ao sul, Judá, reinando Roboão, ao norte Jeroboão. O povo ir adorar em Jerusalém
se torna um perigo à hegemonia de Jeroboão e ele logo cria centros de adoração
a ídolos. A mensagem que foi levada pelo profeta desconhecido era: “Um filho
nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os
sacerdotes dos altos que queimaram sobre ti o incenso, e ossos humanos se
queimarão sobre ti” (v. 2). Logo o rei, enfurecido, estendeu a mão sobre o
altar dando ordens para pegá-lo, e sua mão se secou e o altar fendeu-se. Desesperado,
pediu ao homem de Deus que orasse para que restituísse sua mão e ele assim o
fez e Deus o ouviu. Na sua sagacidade o rei o convidou para um banquete e o
homem negou, sendo advertido previamente por Deus: “Não comerás pão, nem beberás
água, nem voltarás pelo mesmo caminho por onde fostes”. Rapidamente parece
estar resolvida a missão. Até aí tudo perfeito. Parece ter cumprido cabalmente
e com muita audácia sua ordem de encarar um corrupto rei. Esse evento poderia
ter-se findado ai, mas a missão só acabava com o retorno até Judá e por outro
caminho.
Surge na história agora outro
anônimo, o ‘Profeta Velho’, que logo sabendo do ocorrido vai procurar o homem
de Deus e o encontra assentado debaixo de um carvalho. Este é o primeiro erro
do nosso profeta “novo”: Parou no retorno da missão a fim de folgar. O texto
não fala, mas conjecturando, porque parou? Estaria ele como Jonas depois de sua
missão, insatisfeito? Ficou ponderando o convite do rei? Voltaria para Judá?
Achou que já estava de bom tamanho seu feito? Queria a glória para si e deixar
de ser um anônimo? São muitas as possibilidades. Uma coisa é certa, ele fez como
Davi quando tirou um tempo de folga no momento errado. Esse profeta velho entra
em cena para o teste final do homem de Deus.
Às vezes somos intrépidos para
enfrentar os poderosos, os corruptos, os ímpios, mas quando chega aquele nosso ‘igual’,
um profeta, um irmão, ou, no caso de nosso texto, um religioso experiente,
barganhamos a nossa incumbência por água e comida, lentilhas e tememos o homem.
Isso foi o que aconteceu com o nosso homem de Deus. Aceitou o convite e foi
comer e beber na casa do profeta velho, um homem sagaz e mentiroso, igual ou
pior que Jeroboão, que disse que foi o próprio Deus que o enviou. Usando de
malícia desviou o profeta de sua missão. Temos que respeitar os anciões da fé,
mas nem por isso deixar de observar na íntegra o que Deus nos orienta. Bom é o
exemplo de Pedro: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” At 5: 29. Não
temer a políticos nem a religiosos.
O homem de Deus parou e aceitou o
convite de água e pão. Temeu o profeta velho. Rebelou-se. Foi embora, e no
caminho um leão o matou. Diz o texto que transeuntes viram o corpo estendido no
chão, o leão e o jumento ao lado. Quando o profeta velho soube logo foi e
contemplou a triste e irônica fotografia: O anônimo morto prematuramente
estendido no caminho com ainda muita estrada a percorrer a serviço de Deus; um
leão que já não estava mais ao derredor, Satanás, mas que foi autorizado a matar
o profeta; e o jumento, que fora da lógica, não foi despedaçado, mas estava
perdido sem saber a quem servir. Que essa imagem possa ser arquivada em nossa
mente como o resumo dessa história e nos sirva de alerta ao nosso chamado.
Pequenos detalhes das ordens de Deus não executados
podem trazer o fracasso à missão e até mesmo ceifar a nossa vida e serviço.
Quando Deus fala sobre detalhes é porque Ele sabe de todas as coisas, todas as
possibilidades. Principalmente àqueles que são novos na caminhada fica essa
lição: cumprir à risca as ordens do Senhor e não temer homens. Era só voltar
para Judá por outro caminho sem interrupção. Temos que ser diligentes, atentos,
rápidos, tementes a Deus. Simples e prudentes. Tchau! Fui! Resolvido. Terminada
a missão. Não olhe para direita ou esquerda, nem para trás, mas siga olhando
para o alto, para cruz de Cristo.
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